Estudantes participam do desfile do 2 de Julho

Instrumentos afinados e ensaios em ritmo acelerado. Tudo isso para uma causa bem nobre. As fanfarras dos colégios estaduais se preparam para a apresentação no desfile cívico do 2 de Julho, em comemoração aos 188 anos da Independência da Bahia. Em Salvador, serão, aproximadamente, mil estudantes, distribuídos em 13 fanfarras, que vão desfilar pela manhã e à tarde.

Depois de 20 anos desativada, a Fanfarra do Colégio Estadual Luis Tarquínio voltará a brilhar na avenida, levando os movimentos precisos do seu corpo de dança e a alegria do seu corpo musical para o centro da cidade. Os estudantes começaram os ensaios em  março, sempre aos sábados, domingos e feriados. Por conta da aproximação do desfile do 2 de Julho, agora ensaiam, também, às terças e quintas-feiras, das 19h às 21h. O repertório também foi renovado e os instrumentos musicais ganharam um reforço.

“Está todo mundo na maior expectativa para o desfile”, diz Edmilson Castro de Oliveira, que preparou um repertório com músicas baianas, populares brasileiras e clássicos internacionais. Ao todo, são 45 pessoas na banda e 35 integrantes entre linha de frente, bandeiras, cartel, placas, pelotão coreográfico, baliza e mor. “Fui aluno do colégio, desde os 12 anos participo de fanfarra, iniciei minha carreira como regente lá e retornei para representar a unidade”, diz o regente da Fanfarra do Colégio Estadual Luis Tarquínio, que é, também, o presidente da Associação de Fanfarras e Bandas da Bahia (Afab).  

Ex-aluna da rede estadual, Ana Cristina Ribeiro já contabiliza 19 anos participando de fanfarras. A paixão pela música é tão grande que ela conseguiu contagiar também os filhos Laércio e Lorena Ribeiro, que são estudantes do Colégio Estadual Anísio Teixeira. Hoje, a família toda participa da Fanfarra Impacto, do Colégio Estadual Severino Vieira. Nessas quase duas décadas, Cristina já tocou corneta, bumbo, participou do corpo coreográfico e hoje toca prato. “É uma paixão que vem da infância. Sempre que via a fanfarra nos desfiles, me emocionava e sonhava em um dia fazer parte disso. Até que veio a oportunidade”, conta.

Os filhos seguiram o caminho da mãe: Lorena faz parte do corpo coreográfico e Laércio toca caixa. “Eles praticamente nasceram na banda. Só fiz o resguardo de um mês e depois já estava de volta aos ensaios. Eles cresceram nesse ambiente”, diz, orgulhosa Ana Cristina. Mais do que um lazer, ela considera que a fanfarra tem um papel educativo e social. “Na fanfarra a gente aprende a ter disciplina, a cumprir horários, a respeitar hierarquia, a conhecer nossos direitos e deveres. Além disso, no mundo de hoje, se ainda na adolescência eu não tivesse entrado para a fanfarra podia fazer parte das estatísticas da criminalidade”, diz.

Regente da Fanfarra Impacto, Flávio Conceição Cerqueira conta que os integrantes do grupo não veem a hora de levar a sua música para as ruas da cidade. Além do orgulho e da satisfação de participarem da festa cívica, eles têm um motivo a mais para tamanha ansiedade. É que eles vão exibir o fardamento novo na festa. “A gente passou o ano inteiro ensaiando para este desfile. Os alunos não veem a hora de se apresentar”, diz.

Quem também vai exibir fardamento novo no desfile do 2 de Julho são os participantes da Fanfarra  do Colégio Estadual Dinah Gonçalves. Depois de desfilarem no ano passado com roupa emprestada, dessa vez eles ganharão as ruas do centro da cidade com fardamento próprio e novo. As roupas estão na fase final da confecção e os estudantes iniciam as provas na próxima semana.

Presidente da Fanfarra do Instituto Central de Educação Isaías Alves (Faniceia), Noélia Félix conta que este ano a fanfarra, que é uma das mais antigas da rede estadual, levará para o desfile do 2 de Julho um diferencial: “Vamos sair com um pelotão reunindo alunos do colégio vestidos com o novo uniforme da rede estadual”, adianta. Na opinião dela, mais que diversão, a fanfarra tem também um aspecto pedagógico. “Os alunos que participam de atividades extraclasse se desenvolvem melhor em sala de aula. Além disso, eles desenvolvem, ainda, aptidão para a música, aprendem a ler partitura, socializam e se integram melhor com os colegas. Com a fanfarra, conseguimos tirar muitos jovens das ruas, das situações de risco de vulnerabilidade social”, destaca.

Colégios que vão participar do desfile:

Manhã:

Colégio Estadual Duque de Caxias

Centro Educacional Carneiro Ribeiro Escola Parque

Colégio Estadual 2 de Julho

Colégio Estadual Dinah Gonçalves

Escola Estadual de 1º Grau Ana Bernardes


Tarde

Colégio Estadual Carneiro Ribeiro Filho

Escola Estadual Severino Vieira

Instituto Central de Educação Isaías Alves

Colégio Estadual Kleber Pacheco

Colégio Estadual Manoel Novaes

Colégio Estadual Raphael Serravale

Colégio Estadual Américo Simas

Escola Estadual Luis Tarquínio



 

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