Sesi lança rede de apoio para ampliar a escolaridade do trabalhador do polo

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Com o objetivo de melhorar a escolaridade do trabalhador terceirizado do Polo Industrial de Camaçari, o Serviço Social da Indústria (Sesi) lançou nessa quarta-feira (16/02), às 8 horas, a Rede Interorganizacional de Educação do Trabalhador (Reiet). A solenidade, realizada no auditório da Cidade do Saber, em Camaçari, foi marcada pelo lançamento do site da Reiet (www.sesi.org.br/reiet) e dos dados preliminares de uma pesquisa para identificar e caracterizar oferta e demanda em educação de jovens e adultos na região.

O projeto tem como característica principal a articulação entre governo, empresas e trabalhadores em prol da educação básica dos terceirizados que atuam em empresas do complexo industrial, um dos maiores do país. Além da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, outras 15 instituições da iniciativa privada e do setor público integram o Núcleo Estratégico da Rede Interorganizacional de Educação do Trabalhador, abrangendo quatro municípios da Região Metropolitana de Salvador (RMS): Camaçari, Dias D’Ávila, Candeias e Simões Filho. O Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic) é um dos apoiadores da Reiet. 

SOLUÇÕES - “Atualmente, há um descompasso entre o grau de escolaridade do trabalhador e a real necessidade das empresas no Polo Industrial de Camaçari. Isto afeta a produção da indústria e a renda do próprio trabalhador”, explica a gerente do Núcleo de Educação do Trabalhador da Indústria, do Sesi, Solange Novis Ribeiro. Segundo ela, a Reiet se propõe a dar ferramentas para que trabalhadores, indústria, empresas e a própria comunidade busquem juntos as soluções para melhorar o grau de escolaridade desse público.
 
Dados do Cofic apontam que o Polo Industrial de Camaçari dispõe atualmente de 35 mil trabalhadores, dos quais 20 mil seriam terceirizados. O baixo nível de escolaridade dessa mão de obra constitui-se em um problema para o complexo industrial. Pesquisa de Emprego e Desemprego realizada na RMS, em 2008, pelo Dieese, Fundação Seade, Ufba e SEI mostra que cerca de 30% dos trabalhadores terceirizados têm escolaridade até nível médio incompleto. Trata-se de uma mão de obra jovem (60% têm até 34 anos), caracterizada pelo turn over, ou seja, com alto índice de substituição, e com renda familiar (75%) inferior a cinco salários mínimos.
 
INTERVENÇÕES - Dentre as ferramentas que vão subsidiar o trabalho da Reiet, estão o site da rede e a pesquisa diagnóstica da oferta e demanda em educação de jovens e adultos na região de abrangência do Polo Industrial de Camaçari, que alimentará o banco de dados da Reiet. A expectativa é que este banco de dados contribua para novas intervenções por parte das instituições que formam a rede e seja o primeiro passo para a criação de um programa de melhoria da escolaridade de trabalhador terceirizado do complexo industrial e de outros projetos de intervenção na educação básica.
 
De acordo com Solange Novis, a Reiet considera que o trabalhador precisa não só da educação básica, mas de uma rede de apoio que o ajude a enfrentar os desafios para formar-se com qualidade, continuidade e certificação. “O Sesi está indo além do seu papel como prestador de serviço de educação. Com esse projeto, aposta na articulação de instituições públicas e privadas  em torno desta causa, propondo um novo olhar sobre a realidade do trabalhador da indústria”, afirma.
 
Em desenvolvimento desde agosto de 2010, a rede contará com reuniões sistemáticas do Núcleo Estratégico da Reiet, formado por 16 instituições, dentre as quais o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Cofic, Instituto Federal da Bahia, Secretaria da Educação do Estado da Bahia e as secretarias de Educação e Desenvolvimento de Camaçari, Candeias, Dias D’Ávila e Simões Filho, e RIP Serviços Industriais.

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